Os serious games têm sido utilizados cada vez mais pelas organizações como parte de sua estratégia de treinamento no ambiente de trabalho. Entretanto, apesar da sua popularidade, esta estratégia ainda é relativamente rara em alguns setores.
De acordo com pesquisas realizadas nos EUA somente 24% dos líderes de RH ou treinamento utilizam jogos e simulações para reforçar o aprendizado. O que então pode estar limitando uma aplicação mais ampla?
Talvez seja a visão de que os serious games ainda sejam uma abordagem muito recente ou que a combinação trabalho e jogos simplesmente não funcione. Por outro lado, talvez seja a percepção de complexidade, os custos, o tempo de produção e o senso de aplicações práticas que diminuam o entusiasmo pela sua adoção.
Para trazer uma certa luz sobre tais questões apresentamos por meio deste artigo um guia para a elaboração e a aplicação dos serious games como uma ferramenta de treinamento e desenvolvimento no ambiente de trabalho.
Uma Definição Simples
De forma simplificada, os serious games são jogos de aprendizado. O seu objetivo principal é permitir que uma pessoa aprenda algo através de um jogo que seja divertido. Eles são desenhados com a intenção de que um aprendizado específico seja alcançado para suprir uma necessidade de desenvolvimento.
Os serious games focam questões da vida real ou problemas e situações que o indivíduo reconheça como parte da sua vida profissional. Eles se baseiam nas mesmas técnicas e recursos adotados para o desenho dos vídeo games tradicionais.
Principais Diferenças
Para entender melhor como os serious games podem ser úteis no ambiente de trabalho, é importante notar como eles contrastam com o e-Learning tradicional. Na tabela abaixo estão comparados alguns aspectos de cada abordagem:
Outra diferença importante a se destacar é que no caso de serious games deve existir um senso de que falhar faz parte do processo de aprendizagem assim como novas tentativas.
Diferentemente de cursos on-line que definem claramente respostas certas e erradas, no caso de serious games podem existir várias maneiras corretas para se resolver um problema, lidar com desafios ou obstáculos e encontrar soluções criativas, o que de certa forma aproxima muito mais o seu contexto à realidade.
O caráter exploratório dos serious games geralmente encoraja as pessoas a participarem múltiplas vezes e com isso conceitos e informações acabam sendo reforçados, além da possibilidade de aplicar o que se aprendeu de forma interativa.
Aplicações Práticas
São muitas as possibilidades de aplicação de jogos de aprendizagem. Atualmente se vê uma crescente aplicação em corporações e instituições educacionais, seja através de serious games mais complexos e longos, seja por meio de objetos lúdicos mais simples e rápidos como mini-games.
Aplicações comuns no mundo corporativo envolvem jogos de negócios, compliance, segurança, assuntos relacionados à medicina, dentre outros. No meio acadêmico a aplicação tem se mostrado muito mais ampla e diversificada.
De fato, não existem regras rígidas ou simples, mas os serious games tendem a ser mais efetivos quando tratam de questões e consequências reais em áreas de interesse que impactam diretamente um indivíduo, tais como sua segurança, sua atuação profissional, sua remuneração, etc. É importante então que o indivíduo se identifique e valorize a dinâmica proposta pelo jogo.
Seguem alguns exemplos de aplicação dos serious games em iniciativas específicas e diretamente relacionadas a situações reais:
- Compliance em mídias sociais: abordagem lúdica para simular situações e estimular o participante a aplicar corretamente o código de conduta em redes sociais.
- Atenção sobre a segurança da informação: sequência de situações encadeadas que levam o participante a experimentar as consequências de duas próprias decisões sob a ótica da segurança da informação.
- Segurança contra incêndios: ambiente lúdico que promove a identificação de riscos relacionados a incêndios em um ambiente fabril, de forma interativa.
Jargões em profusão
Na medida em que os serious games crescem em popularidade, surgem também uma série de termos e jargões que passam a ser utilizados. Seguem alguns deles:
- Jogo casual: termo usado para descrever um jogo com regras simples e que não exigem nenhum pré-requisito do participante.
- Corte de cena: trata-se de uma cena sem interação que interrompe a dinâmica do jogo. Pode ser um vídeo ou uma animação, e serve para apresentar uma narrativa que conduza ou instrua o participante.
- Pontos de experiência (XP): se refere a uma medida que quantifica o progresso do participante ao longo do jogo. São adquiridos normalmente após a conclusão de tarefas, a superação de obstáculos, etc.
- Juice: significa “suco” em inglês e diz respeito aos detalhes e elementos especiais aplicados e que realmente garantem que exista uma experiência lúdica interessante.
- Permadeath: termo já conhecido no mundo nos vídeo games, é uma abreviação para Permanent Death (morte permamente). Ocorre quando o participante perde ou não tem como avançar e precisa recomeçar o jogo novamente.
- Power Ups: qualquer objeto ou item especial que garanta ao participante algum bônus, vantagem ou benefício durante um certo limite de tempo ou simplesmente uma vez.
Fonte: Time to Get Serious: A Rough Guide to Serious Games – Learning Solutions Magazine
Equipe Clarity Solutions
Conheça as soluções para Educação Corporativa da Clarity Solutions